Insetos ameaçam produção de algodão, essencial para roupas, insumos hospitalares e notas de Real

Elasmopalpus lignosellus e Scaptocoris castânea. Essas palavras estranhas são bem conhecidas para quem cultiva algodão em todo o país, pois são, respectivamente, os nomes científicos da lagarta elasmo e do percevejo castanho, os principais insetos que atacam a plantação e podem causar a perda total da produção brasileira, hoje, estimada em 7 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Essas pragas não chegam ao tamanho de 1 centímetro, mas suas infestações são devastadoras quando não há combate adequado. Já houve registros de fazendas que perderam toda a produção por causa desses insetos. Se esse problema fosse generalizado no país, os agricultores poderiam ter prejuízos superiores a R$ 19 bilhões por ano, tendo por base os dados do IBGE”, informa Eliane Kay, diretora executiva Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

Essa perda causaria forte impacto na sociedade como um todo, afinal, o algodão é matéria-prima para roupas e insumos hospitalares. Além da escassez desses produtos, haveria o inevitável aumento do preço dos derivados do algodão, que tem papel importante na história e no desenvolvimento do Brasil. Foi no Brasil que a plantação de algodão se popularizou, a partir dos anos 1700 e, ainda hoje, mais de 300 anos depois, esse produto movimenta a economia e gera empregos.

“Entre os inimigos do cultivo, o percevejo castanho é particularmente preocupante, pois suga a seiva da planta, fazendo com que o algodoeiro atacado por essa praga tenha seu desenvolvimento prejudicado, podendo até mesmo morrer pela falta de nutrição. Já a lagarta elasmo, também conhecida como broca-do-colo, costuma perfurar a planta e se instalar dentro dela, que se torna fonte de alimento do invasor e acaba perecendo”, explica Eliane, que é farmacêutica-bioquímica.

A solução para essa ameaça é proteger a produção de algodão, cuja fibra (ou pluma) também está presente em óleos comestíveis, biodiesel, celulose e até mesmo nas cédulas de real. A diretora do Sindiveg informa que o Brasil tem os recursos mais avançados para o controle de pragas e doenças da agricultura – problemas que se espalham com grande facilidade em razão do clima tropical, quente e úmido, favorável ao ciclo de vida dos insetos.

“Os defensivos agrícolas são aliados dos produtores, da economia e da sociedade, que depende do sucesso da plantação para se alimentar e, no caso do algodão, para se vestir. Esses insumos são resultados de pesquisas científicas e passam por comprovação científica e avaliações técnicas rigorosas antes de serem autorizados à comercialização. São necessários muitos anos, desde o desenvolvimento de um defensivo até sua disponibilização ao mercado. São tomados todos os cuidados para garantir sua segurança e eficácia para o produtor rural, os consumidores e o meio ambiente”, finaliza Eliane Kay.

Sobre o Sindiveg

O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) representa a indústria de produtos para defesa vegetal no Brasil há mais de 80 anos. Reúne 26 associadas, distribuídas pelos diversos Estados do País, o que representa aproximadamente 40% do setor. Com o objetivo de defender, proteger e fomentar o setor, o Sindiveg atua junto aos órgãos governamentais e entidades de classe da indústria e do agronegócio pelo benefício da cadeia nacional de produção de alimentos e matérias-primas. Entre suas principais atribuições estão as relações institucionais, com foco em um marco regulatório previsível, transparente e baseado em ciência, e a representação legitima do setor com base em dados econômicos e informações estatísticas. A entidade também atua fortemente para promover o uso correto e seguro, levando conhecimento e educação aos produtores e respeitando meio ambiente, leis e normas. Para mais informações, acesse www.sindiveg.org.br.

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